sábado, 28 de junho de 2008

ESPECIAL DIA DA CIDADE


Fotos: Anabel Cavalcanti



SUJEITOS DA HISTÓRIA


João Batista, João Adonias, Alisson Mendonça, Soares Lopes, Sá Barreto, Jorge Amado, Horizontina Conceição, Carlos Monteiro, Mário Pessoa, Henriquinho Cardoso, Jabes Ribeiro, Newton Lima e... outros


Ilhéus, 127 anos de Elevação a cidade.

Ilhéus é uma das cidades mais importantes do país. Impossível falar da história do Brasil sem citar este pedaço de chão. Tudo começou por volta da década de 30 do século XVI, quando o rei Dom João III criou as Capitanias Hereditárias ao dividir a colônia em catorze amplas faixas de terras e, entregou a recém-fundada capitania de São Jorge dos Ilhéus ao Escrivão da Fazenda Jorge de Figueiredo Correia para governá-la em nome da Coroa. Em troca, caberia ao donatário o compromisso com o povoamento, defesa, propagação da fé católica e aproveitamento e exploração das riquezas naturais da Vila. Daí a frase: Ilhéus é rica por natureza!

A época da doação da Capitania de Ilhéus a Jorge de Figueiredo Correia data do dia 26 de junho de 1534, na cidade de Évora. Portanto, são 474 anos de história, de fundação.

Quando da assinatura da carta de doação desta terra ao Sr. Jorge, o mesmo impossibilitado ou desinteressado de vir pessoalmente para administrá-la, enviou para essas bandas o espanhol, homem de sua confiança, Francisco Romero, que, quando no Brasil chegou, instalou-se com sua comitiva inicialmente na Ilha de Tinharé, onde hoje fica o morro de São Paulo, somente vindo mais tarde para a baía do Pontal. Chegando à baía do rio dos Ilhéus (entre o morro de Pernambuco e São Sebastião), instalou o seu QG e sede da capitania no morro de maior proporção na entrada da barra. Este morro hoje, conhecido como Outeiro de São Sebastião, registra exatamente, segundo os livros, o início de tudo.

A escolha do cume do morro fora estrategicamente pensada, pois, ali os colonos além de uma visão privilegiada da área litorânea, buscavam uma maior proteção contra as invasões de embarcações estrangeiras, como também de imprevistos ataques indígenas.

A Vila começou a despertar interesse de estrangeiros não só de outras regiões e capitanias, como de elementos invasores, já que o cultivo da cana-de-açúcar começava a atrair e a perspectiva da capitania prosperar era grande. Vinte e quatro anos depois é erguida a Igreja de São Jorge, uma das mais antigas do país. São 452 anos de fé e evangelização, acolhimento e ação social.

Em 1551 com a morte de Jorge, que, aliás, aqui nunca esteve (ratificando mais uma vez), a Capitania mudou de donatário por várias vezes, iniciando assim, um processo de decadência econômica, estagnando-se, passando para um regime estritamente de subsistência. Com o fim das Capitanias Hereditárias, o processo de imigração resultou no cultivo de um outro fruto, o cacau. O cacau inicialmente tinha fins especialmente como fonte de alimento. Somente anos depois o plantio do fruto de ouro passou a ser fonte de renda e especulação. No dia 28 de junho de 1881 a Vila de São Jorge dos Ilhéus foi elevada à categoria de cidade, através de lei sancionada pelo Marquês de Paranaguá, na época, Presidente da Província da Bahia. Portanto, são 127 anos de elevação à cidade, e não de emancipação.

Nesta data tão especial, traduzimos toda a nossa gratidão àqueles e àquelas que se doaram, lutaram e de alguma forma, ao longo da nossa história, ajudaram o desenvolvimento desta querida cidade.

Foram muitos revezes ao longo do tempo. Tivemos um grande momento nos anos 20 com a fase áurea do cacau. Sofremos com a queda da bolsa de New York (1929). Sempre esperançosos, nos reerguemos. A fama do cacau continuou atraindo imigrantes. Continuávamos produzindo, gerando empregos e sustentando a Bahia. Na década de 80 sofremos outro impacto brutal - a Vassoura de Bruxa. Estamos superando.

O povo Ilheense nunca perde a esperança por dias melhores!

Parabéns a Ilhéus. Parabéns à nossa gente.

Nosso reconhecimento: De João Batista de Sá Oliveira a Newton Lima; de João Adonias Aguiar a Alisson Mendonça; de Jorge Amado a Manoel Carlos; de Horizontina Conceição a Neide Silveira; de Dom Manoel de Paiva a Dom Mauro Montagnoli; de Misael Tavares a Sá Barreto; de Dr. Henriquinho Weyll a Dr. Cosme Araújo; de Dr. Soares Lopes ao ortopedista Dr. Mário Alexandre; da Ialorixá Tiana a Valério Bomfim; de Alberto Bichara Rabat a Roque Fraga; do mestre Arléo Barbosa ao professor André Luiz Rosa; do empresário de transporte Seu Zé Alberto a Valderico Reis; do primeiro editor-chefe do Diário da Tarde, Carlos Monteiro, ao Jornalista Ed Camargo; do saudoso Tony Neto a Erivaldo de Jesus Vila Nova; de Pablo Pinillos a Ed Ferreira; de Oswald Bernardes a Hamilton Fontes; do simples Gari da vassoura e da pá, ao Dr. Magistrado da toga e do anel de ouro; Enfim, obrigado, filhas e filhos, cidadãos Ilheenses, sujeitos da nossa história.

Obrigado a minha mãe que me pariu nesta linda e espetacular cidade! Cidade mais que maravilhosa, acolhedora e gostosa de viver. Cenário exuberante-natural projetado pelo Mestre dos mestres.


Elias Reis -
Diretor do Jornal do Radialista - publicidade e impressão integrada/ESS,
historiador e rádio-jornalista.

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